As voltas que a vida dá...






A vida surpreende-nos, é verdade.
Atira-nos com surpresas inesperadas e reviravoltas complicadas e não encontramos a saída.



Há cerca de 5 anos atrás, gravidissima do Tomás fui forçada a abrandar o passo e ficar em casa. Apesar de me sentir aliviada por ter este descanso imposto, não deixei de sentir o peso pesado  da responsabilidade do meu trabalho e da pressão de estar em casa, e obviamente, trouxe o trabalho comigo. Com um ritmo mais lento, e umas horas menos marcadas, entre uma criança de 3 anos, e uma barriga enorme, lá consegui arranjar tempo para descansar e improvisei um escritório caseiro.
Depois do bebé nascer, saudável e grande, e quase no fim da licença, tive a notícia que tinha sido despedida. Achei que o mundo ia acabar. 
Mas lá continuamos, seguimos em frente, a ajustar o caminho  à medida que o percorríamos. 
Quem diria que íamos conseguir. 


Depois criei a Noah&Cool, e o que começou apenas online passou a ter um espaço físico. Cresceu em tamanho, aumentamos a equipa e cresceu ca dentro do Porto, e fora, aumentamos o espaço, e hoje já tem um ano de loja física. 
Há um ano atrás, a vida pregou-nos outra partida. O que acontece só aos outros aconteceu-nos a nós, e parecia que não era real. Tinha que respirar muito fundo para poder ter ar nos pulmões, e a cabeça não parava de pensar, de equacionar, de estudar probabilidades, preparar para o pior mas rezar pelo melhor. O medo, aquela parede de cimento implacável que nos congela e paralisa, tentava ditar todas as decisões, e era tão mais fácil enterrar a cabeça e chorar. Envelheci anos de vida que talvez nunca irei recuperar.
Mas lá continuamos, seguimos em frente, um dia de cada vez literalmente, e sempre a ver as coisas boas que tínhamos. Curioso como nestas alturas são as pequenas coisas que nos tornam grandes, não é? Curioso como encontramos ombros amigos cheios de força e vitalidade, que nos dão a mão até hoje. 
Agora, hoje, com mais um a caminho, penso no que seria de nós há 5 atrás. Como seria a nossa vida, e como seria a nossa família. Se seríamos felizes, e como seria a nossa felicidade? Muita coisa não existiria é certo, e muito provavelmente este bebé não viria. Teríamos uma vida diferente. 
A vida surpreende-nos, é verdade. Mas não significa que o mundo vá acabar. Apenas mostra-nos que temos que a ver com outros olhos, mudar de ângulo, mudar de perspectiva. 

Divido o meu horário de trabalho com o horário de mãe a tempo inteiro. A flexibilidade que me dá permite equilibrar com os horários do pai. Fazemos malabarismo entre a casa, a família, nós e o trabalho. Às vezes cai uma peça, ás vezes não. 

Achei que o mundo ia acabar. 

Curioso como aprendemos a separar o trigo do joio, e a relativizar.
Quem diria que íamos conseguir.



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