11 Desafios em criar rapazes

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Não venham dizer que é mentira, e que crianças são crianças, logo são todas iguais. Não! Os rapazes são bem diferentes das meninas, tal como as mães de rapazes pensam de maneira diferente das mães de meninas. São barulhentos, precisam de espaço, correm, gritam, dão pontapés no ar, simulam lutas e duelos e adoram os animais mais nojentos. E sim, as mães de meninos, que a principio não entendem esta linguagem, começam cada vez a percebe-la e a vive-la. Já aqui falei das 25 regras para mães de meninos, ou até mesmo o que é ser mãe de meninos, e ainda quais as tarefas que considero que devemos ensinar aos nossos pequeninos para estarem hiper- ultra -mega- super -bem preparados para o futuro Fica aqui agora , os meus desafios, diários.
Portanto,  e como mãe de dois rapazes, elenco aqui os meus  11 desafios (quase diários) de criar um ser com cromossomas diferentes dos meus:
1. Adeus ao silencio
Por vezes ainda tento jogar ao jogo do silencio, onde de forma entusiasmada ainda anuncio que quem ficar mais tempo calado e ganhar o jogo tem uma surpresa, mas na verdade, acho que nunca durou mais do que 1 minuto. Se tivesse 1 euro, ou até 50 cêntimos por cada vez que peço para falarem mais baixo, não gritarem, não berrarem, acho que teria uma boa renda mensal. Sim, os meninos são barulhentos, e gostam de coisas barulhentos, e expressam-se de forma barulhenta e até fazem sound effects barulhentos. Especialmente se ficarem excitados, o que acontece com muita frequência e por qualquer motivo banal.


2. As meninas são "blhac"
Quando são pequeninos, a adoração pela mãe e por tudo o que a mãe faz e tem é enorme. Querem calçar os sapatos da mãe, querem usar a escova, perguntam para que serve a fita do cabelo e até tentam colocar o gancho na cabeça. Mas depois, crescem, e começam a gostar apenas de coisas puramente masculinas, e  tudo o que relembre ou se associe a uma menina, é, nas suas palavras "blhac".
3. São brutos, sempre, mas de forma meiguinha. 
Um menino sozinho já consegue ser algo de bruto, ou porque pisa sempre a mãe, ou porque dá encontrões, pontapés, murros. Nada de delicadezas e de gestos suaves. Agora imaginem dois meninos a brincar. Até pode começar bem, mas logo escala para brincadeiras mais, digamos, brutas. Um atira o outro para o chão e tenta-lhe tirar as calças, outro finge que é um dinossauro e atira-se contra o irmão, simulam duelos, simulam batalhas, encarnam a personagem de "sensei" e fazem karaté, um contra o outro, ou contra a parede. Projectam almofadas como se fossem misseis. 
Mas não é só nas brincadeiras, sempre que entramos os 3 (ou os 4 ) no elevador, há sempre um que empurra o outro, que afasta o outro para entrar primeiro, e o outro cai, que dá um empurrão para ser ele a carregar no botão, que pisa a mãe ( que por acaso está de sandálias), que simula um murro e acerta ou na parede ou em alguém. Enfim, são carinhosamente brutinhos.

Claro que isto traz problemas. Um é que no meio da brincadeira, da euforia da luta, de ver quem chega primeiro, esquece-se de onde está e por vezes pode acabar com alguma coisa partida ou estragada. Normalmente, quando vejo almofadas a serem objectos voadores, é sinal de parar já com a brincadeira. O segundo problema, é este.... (ponto 4)
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4. Assiduidade nas urgências.
Sim, começamos a ser conhecidos nas urgências. Sim, começamos a ter sempre á mão o betadine, os pensos, e as cotonetes até já servem para desinfectar. Sim, começamos a ter formação em enfermagem, e até já conseguimos ver está inchado ou vai inchar, ou se ficará apenas negro.
Esqueçam as pernas sem negras, ou sem feridas. As deles também .

5. Armas, de todo o tipo e tamanho.
Descansem, aprendemos a gostar delas, e a apreciar a sua "beleza". E depois há uma enorme facilidade em transformar tudo, mas tudo mesmo, num qualquer tipo de arma. Seja ele um guarda-chuva que afinal é uma metralhadora automática, seja ele um rolo de papel higiénico que é um canhão supersónico, uma régua que afinal é uma espada. Mesmo que queiramos uma casa livre de armas, e que não deixamos que tenham armas de brincar, alguém oferece nos anos, ou  eles acabam por transformar um objecto normal e banal num ultra e mega sabre de luz , ou construir uma bazuca de legos. Até mesmo uma banana serve.
Let Boys be Boys: Play-Fighting May Actually Be Good for Kids
6. Dizer adeus aos nosso sonhos cor-de-rosa
Custa no inicio, mas depois aceitamos. Dizer adeus ao  sonho de que vamos preparar o casamento da nossa filha, ou escolher o vestido ( ou até mesmo dar o nosso vestido para ela usar no seu casamento). Dizer adeus aos penteados que queríamos fazer á nossa filha, ás tranças e as fitas do cabelo. Dizer adeus ao sonho cor-de-rosa. 
Na verdade, e falo por mim, no inicio custou-me um pouco, mas depois à medida que o tempo foi passando, começou a ser cada vez menos importante. E quando dei por isso, já nem sequer pensava nisso, e estava completamente absorvida no mundo azul e doce dos meninos. O mais irritante, é quando há outras mães que não percebem que é giro ( e muito dinâmico) termos só meninos, e acabam por nos bombardear com perguntas de " e não queres uma menina? e não gostarias de escolher uma saia, ou uma boneca?"Só quem luta como T-rexs, ou finge que é o Thomas o comboio é que percebe o que falo. 

7. A pressão! E que grande pressão!
Temos a pressão psicológica de criar  verdadeiros gentleman's, homens com bons princípios, que tratem bem as namoradas, as amigas e a mulher. Pais de família que nos deixem orgulhosas e bons profissionais no trabalho.
Temos também a pressão de criar bons maridos, e que as nossas futuras noras ( e mães das noras) fiquem contentes com o resultado final. 
8.As manchas, a roupa, e o ar (minimamamente) apresentável
Há mesmo manchas que não saem. Manchas de origem duvidosa e desconhecida que não saem nem por nada deste mundo. É difícil manter a roupa deles e eles próprios sempre limpinhos e com ar apresentável. Gastamos uma fortuna em tira-nódoas xpto, e detergentes que anunciam que são ultra eficazes. 
Quando temos festas, ou algo que exiga um dress code mais formal, fico sempre na dúvida de devo vestir-me primeiro, e depois só a eles, mas há sempre alguém que não fica arranjada por completo (eu), ou se devo arranja-los primeiro e depois eu. Mas aqui o que acontece é que rapidamente as suas camisas estão amarrotadas (já nem digo por fora das calças), ou há nódoas que se instalam. 
O que eu gostava mesmo era leva-los em roupa interior até ao destino e depois só á porta é que os vestia. little frog9. A (pouca ) variedade de escolha da roupa deles
É mesmo verdade e não, não é impressão sua. Há incrivelmente menos oferta na roupa deles, menos lojas, e menos opções como modelos. Ah! E não há acessórios.Usam quase sempre o mesmo estilo de roupa, calças, calções, camisas etc. Mas não podemos fugir muito à base. Em termos mais formais, usam calças azuis ou beije, camisa lisa e sapatos de atacadores, mocassins ou os chamados velas. Optamos no verão por meias, ou não meias, por manga curta  ou comprida e até podemos perder a cabeça com o cinto, mas nada por aí além.
A vantagem é que se gasta incrivelmente menos do que se fosse uma menina. E quando chegam a uma determinada idade, a roupa de verão quase que transita para a de inverno. E também não são esquisitos com o que vestem, nem fazem exigências quanto á toilette escolhida para a tal ocasião.
10. Fornecimento dos alimentos em quantidade jumbo
Comem desalmadamente, como se não tivessem comido há um mês e como se não houvesse amanhã. Nunca sei quantos pães devo ter para o lanche, 3? 5? 6? Iogurtes 4? 5? Queijinhos, fiambre, bolachas, fruta. 
E depois de várias e bem abastecidas idas ao frigorífico , jantam como se nada fosse. Nunca sei por quanto tempo o frigorífico vai continuar "composto" com alimentos, nunca sei se a salada de fruta, ou a fruta que tinha preparado para a sobremesa chega efectivamente à mesa, se a gelatina dura mais do que 1 dia, etc etc. E até podem pensar que são assim mais cheinhos e redondinhos. Não! Magrinhos e bem magrinhos!!


11. Às vezes não sabemos. Ponto.
Eles são muito (mas mesmo muito) meiguinhos. Vêm a correr para a mãe quando estão tristes, sozinhos, assustados. Damos-lhes conforto e segurança emocional, criamos laços. Mas por muito bonding que haja  há sempre uma coisa que não sei, nem nunca vou saber ou compreender. Sim, uma coisa, apenas: O apego e a adoração pela pilinha. Sempre que podem estão lá com a mão, sempre que podem usam a palavra na frase que criaram, sempre que podem vão la verificar se ainda lá está, ou puxar-la, ou o drama porque está virada para o "lado errado". 
Podemos sempre dizer para falar com o pai, quando já não há explicações possíveis. Ou aproveitar o ocasional arroto  para mudar de assunto ( arroto dado por eles, óbvio).




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Comentários

  1. Efectivamente o meu filho só tem 14 meses e cada vez que vamos mudar a fralda toca de confirmar se a pilinha lá está.
    Vou a caminho do 2 rapaz....
    my baby blue world

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    1. E vai ser um blue world cheio de dinamismo e energia!!!! Beijinhos e obrigada

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  2. A minha criaturinha tem apenas 8 meses e hoje na praia dei por mim a "lutar" com ele com a pá e o engaço! Sim, a mãe, eu, estava a simular sons de luta! Só mãe de menino tem esta capacidade! :)

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  3. Adorei por ser tão verdade! Sempre quis rapazes, tenho um de 4, estou a dias de ter o 2º e se formos ao terceiro gostava que fosse rapaz. Mas é estranho como existe uma pressão e espanto por parte das pessoas do: "Ah, assim não fica com o casal!" ou " Menino também é bom!".

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. o texto resumo bem o que se passa ca por casa =) , sou pai de um rapaz de 4 anos , outro de 2 anos e na próxima semana (ou antes) temos mais uma adição , e sim , mais um rapazolas =) .....

    é um desafio constante com eles =)

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Fico muito mais descansada!!!!! Afinal criar rapazes é bem diferente de criar meninas....
    Fico desanimada quando a minha mãe me diz: "... os teus rapazes (3) podiam ter mais calma e ser como a Luisinha (outra neta)..." Tento dizer-lhe que os rapazes são diferentes, que brincam a lutar, a correr e pouco param sossegados a brincar como uma menina pára a brincar com as suas bonecas, a não ser que lhes dê tablets ou teleméveis...... o que me desagrada imenso essas tecnologias para os "entreter"!!!!

    Um VIVA às mães de rapazes!!!!

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  8. Concordo 1000% com cada palavra!!!!!! Obrigada por texto maravilhoso!

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  9. Verdade! Sou mãe de um menino e adoro. Diferente de todas as minhas amigas que têm meninas.. até a forma de conversar é diferente ;)

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  10. Bom dia!! Sou mãe de um rapaz e tia de mais 2. Estas palavras são mesmo a verdade mais pura dos nossos meninos :)

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  11. Hehehehehe! Tudo verdade!! O meu rapaz é um comilão então... :D

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  12. Obrigado pela descrição da minha vida!! 2 filhotes de 2 e 5 anos !!! Ahah

    Bjs

    Ana Salgado

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  13. Um blog de meninos...que bom!

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